Trabalho por projeto...Uma abordagem sócioconstrutivista, rumo à aprendizagem!

Falar em projetos não é falar numa metodologia como um “como fazer”, pronto e dado, mas sim ver a criança como sujeito ativo deixando de ser um sujeito passivo, (aquele que tudo recebe pronto e acabado), e passa-se a ser autor, construtor do processo, tendo como ponto de partida os interesses das próprias crianças.

Trabalhar com projetos possibilita aprender um sentido novo, pois os projetos de trabalho geram situações de aprendizagem reais e diversificadas, além de permitir que as crianças, ao decidirem, opinarem e debaterem, construam sua autonomia, formando-se como sujeitos culturais.

As crianças implicadas no projeto, vão comunicando o processo e  os resultados do seu trabalho  para dar sentido às aprendizagens, partilhando as suas produções ao grupo transmitindo conhecimentos e saberes que adquiriram, desempenhando um papel muito importante no desenvolvimento da criança, quer a nível metalinguístico e metacognitivo, quer a nível social.

Ao comunicar com os outros e numa socialização cooperada, a criança tem oportunidade de perceber e regular os seus avanços e recuos, de organizarem mentalmente as suas aprendizagens, de forma, a preparar o seu discurso oral para comunicar.

Além deste papel, a comunicação também tem um outro nível social, ou seja, disseminar a informação e as aprendizagens de modo a que o conhecimento e as aprendizagens sejam de todo o grupo, e para que estes conhecimentos possam ser utilizados por todos de acordo com o que Vygotsky (1978) chama de conceito de zona do desenvolvimento próxima.

E este conceito de zona de desenvolvimento próximo leva também a que muitas das crianças que não estão diretamente implicadas nos projetos sejam “contaminadas”. É o que tem acontecido com o projeto arco-íris.

Inicialmente estavam inscritos na lista de projeto dez crianças. Neste momento, só se respira arco-íris pela sala toda.

A procura de respostas para as questões levantadas por elas, foi realizada em pequenos grupos e individualmente, quer em livros, quer na internet, consoante os interesses individuais de cada criança.

Todas as áreas de conteúdo são abordadas transversalmente. Não são esquecidas as histórias, as músicas sobre a temática do arco-íris e das cores, as experiências, a matemática, a abordagem à leitura e à escrita, como já fomos dando conta por aqui.

As aprendizagens vão sendo reveladas através dos desenhos, pinturas quase sempre por vontade própria, com os diferentes materiais disponíveis na sala.

Os mais novos do grupo também querem mostrar que sabem a ordem correta das cores, como o demonstram o Gabriel e a Maria Miguel...

Ou ainda a Helena que no alto dos seus 3 anos, quis fazer o seu registo com pintura, sobre a “Lenda do arco-íris” e da canção “Quero subir ao arco-íris”.

A cooperação, a entreajuda, o saber estar em grupo e a partilha de materiais é notória.

Em tempo de trabalho autónomo surgem ainda produções como estas, o que se torna evidente, que a escrita foi adquirindo significado para as crianças. 

Surgem também autonomamente a exploração de padrões por parte de uma das crianças, o que mais uma vez contagia os colegas.

Neste sentido, as crianças utilizaram os conhecimentos apreendidos no âmbito do projeto: quais as cores do arco-íris e reconhecem a sua ordem.

E muito há ainda a fazer. É que novas ideias, e novas propostas de atividades, quer por parte dos Triquiteiros, quer por parte da professora vão surgindo.

Como diz  Hernandez, 1998 “Os Projetos de trabalho contribuem para uma criação dos espaços de aprendizagem de tal forma que eles se voltem para a formação de sujeitos ativos, reflexivos, atuantes e participantes”