Triquicibernautas

16/10/2013

Porque é a falar, a pensar e a (re)lembrar que a gente também se entende!
Parece que está tudo no quintal do Sr. Juvenal! Quem o diz é a Lara Maria. E, o que está no quintal do Sr. Juvenal? - Todos os alimentos que fazem bem à saúde. Os legumes, e as frutas.
 - Há, pois é...já me lembro...até tinha uma melancia que ria ria!  (João)
- E uma batata e um tomate andaram à luta, por causa da semente! (Rodrigo C.)
- E animais? Pergunto eu 
- Tem uma vaca... - Tem uma galinha... - E um galo... - A vaca dá o leite que que faz crescer os filhinhos dela. - A galinha dá os ovos para nós comermos... (Gabriela)
Será que a Lara Maria tem mesmo razão? Todos os alimentos saudáveis estão no "Quintal do Sr. Juvenal". (Conto do nosso amigo Helder Magalhães)
Vamos (re)visitar a história? 
- Claro...responderam em coro (mais pareciam as cebolas que se juntaram e foi um coro de choro). Vistamos o nosso blogue aqui: http://jisjoaosalaa.blogspot.pt/2013/05/a-nossa-hortaa-horta-do-martim-e-o.html(re)lembramos como tínhamos "visto" o Sr. Juvenal ...

e a professora leu a história toda:
"Finalmente, o galo adormeceu no poleiro do galinheiro, suspirou a nabiça no canto da liça. Hoje, foi um frenesim em constantes voltinhas atrás das galinhas, murmurou o alecrim. Agora, a vigia fica a cabo do nabo, não vá o galo estremunhar e pôr-se para aí a cacarejar, acordando a aldeia inteira, ordenou o mandão do agrião no sopé da ameixeira.
Está na hora da dança, regozijou a salsa em pé, completamente descalça. Vem para aqui, para a nossa beira, e vais ver a brincadeira, urdiram as urtigas, com umas caras nada amigas. O coentro permaneceu dentro do vaso, não fosse dar-se o caso de aquilo dar para o torto.
O pepino perdeu o tino e pôs-se a tocar o violino em cima do telhado e o gato assistia varado. Átono lá com o barulho, decretou a ervilha coberta de gorgulho. Todavia, uma lentilha a mascar pastilha fez um balão, que foi rebentar em cima do melão. A melancia ria, ria, ria.
No quintal do senhor Juvenal, a confusão era tal, que as folhas do coração entraram em acelerada arritmia. Vai às favas, disse de raspanete o rabanete para o alho. As favas estão na vagem, cortou o alho, ofegante da viagem. Entretanto, o coração não aguentou e murchou. As cebolas juntaram-se e foi um coro de choro. Umas tolas, balbuciaram os brócolos, por cima dos óculos. As couves-flor prostraram-se num silêncio de dor, já os espinafres mostraram-se uns valentes, cerrando os dentes.
Imediatamente, eclodiu uma zaragata entre uma batata e um tomate, tudo por causa de uma semente. Está o caldo entornado, atirou o feijão ainda em embrião. Chega, disparou a couve-galega. O tomate ficou encarnado e a batata deslocou uma omoplata.
 Era chegada a madrugada, e com ela umas gotículas de orvalho. O coração está a recuperar o viço, alegrou-se o alho. Milagre, anunciou a alface. Com uns pingos de vinagre sobre a face, umas rodelas de chouriço a acompanhar e seria um divino manjar, gracejou o chuchu, armado em pimpinela. Estás a candidatar-te a levar umas palmadas no tutu, ameaçou a beringela.
 Muuu, mugiu a vaca Matraca junto da manjedoura. A cenoura estremeceu de medo. Pum!, lançou, como que torpedo, a galinha Mansinha a partir da cloaca. O estrondo foi tal que a barraca ao fundo do quintal quase ia abaixo.
Cocorocó! Cocorocó! Cocorocó!, cacarejou, alto e bom som, o galo Gargalo. Um abalo percorreu o quintal do senhor Juvenal, tão forte que fez cair o chapéu do talo de um cogumelo, dois ovos partiram-se e as claras bateram-se em castelo.
És mesmo cabeça de abóbora, virou-se a cabaça para a abobrinha, enquanto o pimento ficava verde de tanta erva daninha. Vem aí o senhor Juvenal, avisou o nabo que já não podia com uma gata pelo rabo.
Prontamente, as hortaliças correram para o respetivo lugar, não fosse o senhor Juvenal aperceber-se que algo de anormal se estava a passar no seu quintal. Parvamente, uma nabiça ficou presa na preguiça." 
Este quintal é mesmo fenomenal. Tem lá tudo! Será?
É como o quintal da avó da Lara Maria: A minha avó também tem galinhas e não precisa de comprar ovos; 
É como o quintal do avô Manel da Joana - Também tem galinhas que dão os ovos, e o avô depois dá à minha mãe;
Como da avó do Gabriel - Tem esses legumes todos, galinhas, coelhos, só que anda lá uma raposa que se esconde atrás da árvore...mas é pequenina, fez uma toca no chão...não faz mal...só quer espreitar o quintal.
Como o da avó da Ana Luísa, mas um pouco mais complicado - O quintal da minha avó também tem galinhas, mas anda lá um galo que as pica...elas chateiam o galo. Depois, o galo vai para dentro do galinheiro, e as galinhas ficam mais sossegadas e já põem ovos.
Já na casa da Leonor não há quintal - A minha mãe não tem nada, vai comprar ao supermercado.
Na casa do Rodrigo Caeiro, parece que também não há quintal, e ele até está preocupado com o leite que vai das vacas para o supermercado poder encarecer - O leite faz-nos ficar fortes, e vai das vacas para o supermercado, mas e se o leite estiver muito caro?
O João Pedro resolveu o problema do Rodrigo - Os nossos pais, ou ficam ricos, ou têm que poupar mais para comprar o leite.
Parece-nos que os problemas financeiros nos começam também a inquietar, e inquietou uma outra questão:
- O quintal do Sr. Juvenal não tem um campo de milho, para fazer o pão? (Rodrigo C.)
Aguardamos resposta do autor da história...afinal, parece que não tem tudo! Pelo menos, no que respeita aos alimentos que fazem bem à saúde, ao coração e à cabeça (Gabriela).

2 comentários:

Helder Magalhães disse...

Afinal, falta o milho :)

A construção crítica e pertinente do diálogo é fundamental na aprendizagem e formação do ser humano. Abraço-vos meus amigos Triquiteiros.

M. Jesus Sousa (Juca) disse...

Gostei muito desta história, obrigada pela partilha! Um dia destes conto-a aos fixes e apresentou-lhes este autor tão vosso amigo.

Beijinhos fixes aos triquiteiros!

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