Triquicibernautas

01/10/2013

A agenda semanal, ou a rotina semanal é um instrumento "que ajuda a regular o que acontece na sala de atividades, e que conta a história da vida do grupo" (MEM, 1999:8). Como a semana começa e encerra num ciclo de trabalho, este valioso instrumento regulamenta quer a organização e diversificação cooperada do trabalho, do tempo e das atividades, quer as relações humanas da turma.
Assim, a criança começa a desenvolver as noções de tempo, interiorizando e gerindo os seus intervalos. A agenda é fruto de negociação entre o professor e as crianças, o que reforça uma gestão partilhada das decisões e do poder essencial para a responsabilização das crianças. Neste instrumento inscreveram-se as atividades, que o grupo se identifica, como por exemplo a segunda (dia da noticia de fim de semana); terça (dia dos grandes músicos); quarta (dia dos grandes pintores); quinta (dia da expressão motora); sexta (dia do conselho de grupo/avaliação semanal). A cada dia, foi associada uma cor, para melhor identificação do dia da semana. “As rotinas são, como os capítulos, o guião da vida diária de uma turma” (Escola Moderna, 2009b: 4).
A agenda semanal, ajuda-nos também na construção do Mapa de Presenças, como instrumento de gestão do quotidiano.
Este ano, bebemos inspiração no modelo da escola moderna, (MEM), e introduzimos um mapa de presenças e faltas, (porque estamos todos mais crescidinhos) numa tabela de dupla entrada, com linhas onde constam primeiro os nomes dos "finalistas", depois os "médios", e por último as mais recentes aquisições da sala. A estes, corresponde ainda uma foto, para ser mais simples a identificação. A cada dia do mês, foi ainda feita a correspondência à cor da "Agenda diária".



A partir de hoje, todos deixam a sua presença (desde que não faltem), neste mapa. Os Triquiteiros que já conseguem, colocam o P (Presente), e os que não conseguem deixam a sua marca, como melhor entenderem. Se algum de nós faltar, o par responsável pelos quadros da sala (responsabilidade semanal), coloca ao final do dia o F (Falta)
Estamos a ser cada vez mais autónomos, mais ativos, competentes, e construtores da regulação social, interpessoal e intrapessoal do grupo.

Até os mais pequeninos conseguiram colocar a sua presença, sem ajuda...que crescidos estamos!


A hetero-avaliação da assiduidade, acontece no final do dia, aquando da avaliação diária ou balanço do dia, em que o par responsável (padrinho/madrinha - afilhado/afilhada), marca as faltas, e contabiliza com o grupo, o número das crianças presentes e as que faltam e regista.
E como nos mostra Formosinho, (1998, p.148) estes mapas “funcionam sistematicamente como plataformas de balanço e de estudo para o desenvolvimento lógico-matemático, linguístico e social dos grupos de atores dos factos registados”, ou seja, das crianças.
Assim, ainda seguindo a linha de pensamento do mesmo autor, as descobertas dos “ritmos de presenças alternando com as ausências, sempre significativas para cada criança, ajudam a construir a consciência do tempo a partir das vivências e dos ritmos”. 
O outro instrumento de pilotagem, que começamos a usar esta semana, é o dos Padrinhos/Madrinhas - Afilhados/Afilhadas, até porque precisávamos dele para o Quadro de Tarefas, pois a pares irão semanalmente realizar as tarefas de acordo com as responsabilidades acordadas.
Como é referido no livro "O espaço e o Tempo na Pedagogia-em-Participação" os instrumentos de pilotagem criam um "mundo de possibilidades que se abre quando o fazer pedagógico não é um mero receituário", porque as crianças  ao participarem na sua construção, compreendem e dão significado ao que estão a fazer e vivenciar!

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