Triquicibernautas

04/02/2014


Há algum tempo atrás falávamos por aqui que para que o Educador possa fazer um bom planeamento, adequado ao grupo, tem de refletir na  e sobre a sua ação educativa. Ou seja, deve "anteceder" situações e experiências de aprendizagem, deve refletir nos instrumentos e estratégias de aprendizagem. As crianças devem participar nesta etapa, e o educador tem de criar oportunidades educativas que favoreçam a aprendizagem cooperada, num processo democrático de partilha.
Desta forma, os instrumentos de pilotagem expostos nas paredes da sala de atividades como o mapa de presenças, o mapa de atividades quinzenal, o mapa de projetos em curso, e todos os outros necessários ao bom funcionamento da nossa sala de atividades, requerem a sua participação, ajudam as crianças na planificação, gestão e avaliação das atividades educativas participadas por elas, proporcionando ao grupo aquisições de normas de vida democrática.
É o que acontece sempre no final de cada mês e início de outro, quando temos que analisar o mapa de presenças quanto às faltas e presenças dadas, e ilustramos o novo mapa.
Este final de janeiro e início de fevereiro não fugiu à regra, e a pares ou individualmente, e de forma autónoma “Lemos e contamos”, o quadro de Presenças e Faltas de janeiro.
Foi necessário “percorrer o caminho” do mapa, procurar, identificar e contar as presenças e as faltas. 

E verificar que  “só faltei 3 dias, porque estive doente”
 ou  "Que bom…não faltei nunca, vim sempre"
E de seguida registar na nossa avaliação mensal (com a ajuda da professora, aos que ainda não conseguem fazer isto autonomamente), que é guardada no nosso portefólio.
O final do mês corresponde também ao final da quinzena, e é também tempo de avaliar o mapa de atividades. Diariamente planeamos as atividades que pretendemos desenvolver, como por exemplo os projetos individuais, os tempos de trabalho autónomo, etc. O código de preenchimento deste instrumento foi combinado previamente entre nós e é feito através de um círculo com a cor da semana que é aberta no início do dia, e fechado no final da atividade. Começamos assim a consciencializarmo-nos das modalidades e da organização de trabalho (planificação), nomeadamente dos compromissos, das rotinas instituídas na sala, das atividades do Plano Semanal e dos projetos a decorrer. Apercebermo-nos dos ritmos, da gestão do tempo e desenvolvemos a memória do dia de trabalho, refletindo sobre o processo vivido. Por essa razão, o plano de atividades transparece a vida da sala de atividades.
No final da quinzena (porque foi assim que o estipulamos), analisamos ao pormenor o mapa de atividades, verificando quais as áreas mais e menos frequentadas. Através deste procedimento tomamos consciência que durante esta quinzena, há áreas onde nunca trabalhamos ou estivemos presente muito poucas vezes em detrimento de outras. Esta análise leva à reflexão e à posterior mudança das nossas escolhas futuras, tendo em conta esta avaliação, porque todas as áreas são fontes valiosas de aprendizagem.
Este auto questionamento, que fazemos quando analisamos o mapa, de forma continuada leva-nos a assumir responsabilidades e a mudar comportamentos.
Assim, contamos quantas vezes estivemos em cada área, e registamos no registo individual da avaliação das áreas (que também é guardado no nosso portefólio), o número de vezes que estivemos em cada área, e os que ainda não conseguem fazer esta leitura de associação quantidade número, ou representar o número, usa uma simbologia à escolha.

Podemos aqui verificar como a nossa amiga Helena que é uma criança de 3 anos já consegue analisar quais as áreas que tinha estado mais ou menos, e como reflete com a professora, o quanto é importante no próximo mapa trabalhar ou passar nas áreas que esteve menos nestes últimos quinze dias.
Foram dois dias cheios, muito preenchidos, mas que valeram a pena, não só pelo que demonstramos já saber fazer, mas também pelo sorriso radioso que tínhamos na cara ao mostrar aos adultos que entravam na sala, o "porquê e como" fazíamos estas avaliações e registos.

1 comentários:

M. Jesus Sousa (Juca) disse...

Gostei muito de conhecer os pormenores do vosso tratamento de dados, que é bastante semelhante ao nosso, o que não me surpreende!
As contagens, registos e integração dos mesmos nos Portefólios das crianças são, também, práticas comuns e habituais no início de cada mês.
Apenas o planeamento, no nosso caso, é em plano individual para os 5 anos e em quadro de atividades para os mais pequenos, pelo menos para já...
É bom conhecer, analisar e comparar modos de fazer pedagogia que resultam na melhoria da qualidade das práticas e no aumento do envolvimento e participação dos mais pequenos!

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