Há
algum tempo atrás falávamos por aqui que para que o Educador possa fazer um bom
planeamento, adequado ao grupo, tem de refletir na e sobre a sua ação
educativa. Ou seja, deve "anteceder" situações e experiências
de aprendizagem, deve refletir nos instrumentos e estratégias de aprendizagem. As
crianças devem participar nesta etapa, e o educador tem de criar oportunidades
educativas que favoreçam a aprendizagem cooperada, num processo democrático de
partilha.
Desta forma, os instrumentos de pilotagem expostos nas paredes da sala de
atividades como o mapa de presenças, o mapa de atividades quinzenal, o mapa de
projetos em curso, e todos os outros necessários ao bom funcionamento da nossa
sala de atividades, requerem a sua participação, ajudam as crianças na
planificação, gestão e avaliação das atividades educativas participadas por
elas, proporcionando ao grupo aquisições de normas de vida democrática.
É
o que acontece sempre no final de cada mês e início de outro, quando temos que
analisar o mapa de presenças quanto às faltas e presenças dadas, e ilustramos o
novo mapa.
Este
final de janeiro e início de fevereiro não fugiu à regra, e a pares ou individualmente, e de forma autónoma “Lemos e contamos”, o quadro de Presenças e Faltas de janeiro.
Foi
necessário “percorrer o caminho” do mapa, procurar, identificar e contar as
presenças e as faltas.
E
verificar que “só faltei 3 dias, porque
estive doente”
ou "Que bom…não faltei nunca, vim sempre"
E
de seguida registar na nossa avaliação mensal (com a ajuda da professora, aos
que ainda não conseguem fazer isto autonomamente), que é guardada no nosso
portefólio.
O final do mês
corresponde também ao final da quinzena, e é também tempo de avaliar o mapa de
atividades. Diariamente planeamos as atividades que pretendemos desenvolver, como
por exemplo os projetos individuais, os tempos de trabalho autónomo, etc. O
código de preenchimento deste instrumento foi combinado previamente entre nós e é feito através de um círculo com a cor da semana que é aberta no
início do dia, e fechado no final da atividade. Começamos assim a consciencializarmo-nos das modalidades e da
organização de trabalho (planificação), nomeadamente dos compromissos, das
rotinas instituídas na sala, das atividades do Plano Semanal e dos projetos a
decorrer. Apercebermo-nos dos ritmos, da gestão do tempo e desenvolvemos a
memória do dia de trabalho, refletindo sobre o processo vivido. Por essa razão,
o plano de atividades transparece a vida da sala de atividades.
No final da
quinzena (porque foi assim que o estipulamos), analisamos
ao pormenor o mapa de atividades, verificando quais as áreas mais e menos
frequentadas. Através deste procedimento tomamos consciência que durante esta
quinzena, há áreas onde nunca trabalhamos ou estivemos presente muito poucas
vezes em detrimento de outras. Esta análise leva à reflexão e à posterior
mudança das nossas escolhas futuras, tendo em conta esta avaliação, porque todas
as áreas são fontes valiosas de aprendizagem.
Este auto questionamento, que fazemos quando analisamos o mapa,
de forma continuada leva-nos a assumir responsabilidades e a mudar comportamentos.
Assim, contamos quantas vezes estivemos em cada área, e
registamos no registo individual da avaliação das áreas (que também é guardado
no nosso portefólio), o número de vezes que estivemos em cada área, e os que
ainda não conseguem fazer esta leitura de associação quantidade número, ou
representar o número, usa uma simbologia à escolha.
Podemos aqui verificar como a nossa amiga Helena que é uma
criança de 3 anos já consegue analisar quais as áreas que tinha estado mais ou
menos, e como reflete com a professora, o quanto é importante no próximo mapa
trabalhar ou passar nas áreas que esteve menos nestes últimos quinze dias.
Foram dois dias cheios, muito preenchidos, mas que valeram a
pena, não só pelo que demonstramos já saber fazer, mas também pelo sorriso
radioso que tínhamos na cara ao mostrar aos adultos que entravam na sala, o "porquê
e como" fazíamos estas avaliações e registos.
1 comentários:
Gostei muito de conhecer os pormenores do vosso tratamento de dados, que é bastante semelhante ao nosso, o que não me surpreende!
As contagens, registos e integração dos mesmos nos Portefólios das crianças são, também, práticas comuns e habituais no início de cada mês.
Apenas o planeamento, no nosso caso, é em plano individual para os 5 anos e em quadro de atividades para os mais pequenos, pelo menos para já...
É bom conhecer, analisar e comparar modos de fazer pedagogia que resultam na melhoria da qualidade das práticas e no aumento do envolvimento e participação dos mais pequenos!
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