Somos um grupo de 25 crianças, dos quais
19 transitam dos anos anteriores. Assim, a adaptação e apropriação à sala, aos
espaços está mais que feita. Os 6 mais novos, vão fazendo a sua integração e apropriação
ao seu ritmo, mas que tem sido bem surpreendente.
Por isso, começamos bem cedo a relembrar
os nossos instrumentos de pilotagem, que expostos nas paredes da sala de atividades
nos ajudam na planificação, gestão e avaliação das atividades educativas
participadas por nós e nos proporcionam aquisições de normas de vida
democrática. Estávamos mesmo a precisar que isto acontecesse.
Começamos pela Agenda Semanal, ou Rotina
Semanal que é um instrumento “que ajuda a regular o que acontece na sala
de atividades e que conta a história da vida do grupo” (Escola Moderna,
1999: 8). Como a semana começa e encerra num ciclo de trabalho, este valioso
instrumento regulamenta quer a organização e diversificação cooperada do
trabalho, do tempo e das atividades, quer as relações humanas da turma. Assim,
começamos a desenvolver as noções de tempo, interiorizando e gerindo os seus
intervalos. A Agenda é fruto da negociação e cooperação entre nós e a
professora o que reforça uma gestão partilhada das decisões e do poder,
essencial para sermos responsáveis. Neste instrumento inscrevem-se as
atividades que, por exigência das instalações da escola, são realizadas em
horas fixas e em locais comuns e outras atividades que se constituem, sem
rigidez, rotinas da turma, por exemplo, o dia da educação física no ginásio da
Eb2/3, o dia de saídas ao exterior, que só pode ser à quinta-feira, que é quando
temos assistente mais tempo.
Outro instrumento muito importante é o Mapa Diário de Atividades.Com este mapa
expõe-se o que as orientações curriculares explanam e, diariamente, as crianças
planeiam as atividades que pretendem desenvolver, podendo conduzir as projetos
individuais, iniciando os tempos de trabalho autónomo. Por essa razão, o plano
de atividades transparece a vida da sala de atividades. O código de
preenchimento deste instrumento foi combinado previamente em grande grupo, e é
feito através do nome, ou da foto, que devemos colocar na área que queremos
permanecer, desde que esteja livre, de acordo com a “lotação” das áreas.
Como já o usamos no ano passado, foi
muito fácil de elaborar e desta forma vamos começar a consciencializar-nos das
modalidades e da organização de trabalho (planificação), nomeadamente dos
compromissos, das rotinas instituídas na sala, das atividades do plano semanal
e dos projetos a decorrer. Desta forma começamos a perceber a gestão do tempo e
a desenvolver a memória do dia de trabalho, refletindo sobre o processo vivido,
apropriando-nos dele progressivamente.
Nestes últimos dias também dialogamos sobre
o que é correto ou não fazer. Foram avaliados alguns conflitos que estavam a
surgir no seio do grupo, e como se poderiam resolver, e pelo que é necessária a
elaboração de regras, ou normas de funcionamento e convivência. À semelhança do
ano passado, optamos por colocar as nossas regras em "dois campos" - o "Acho Bem" e o "Acho
Mal".
Relembramos as regras do ano anterior,
revimos e alteramos algumas, que ficaram “escritas” e “ilustradas” numa das paredes da nossa sala, até
porque a nossa professora acha que isto é pedagogia participativa, que
contribui para o conhecimento social e diz-nos respeito a todos.
Depois
de termos construído as nossas regras de convivência - o "Acho Bem e o
Acho Mal", que foram construídas por nós e não para nós, partilhando-se desta
forma os processos de conciliação de direitos e deveres, outra estratégia, vai
harmonizar a vivência da vida democrática da sala, principalmente a
interiorização das regras, e o sentido de ajuda e de solidariedade dos mais
velhas para com os mais novas, ou dos que sentem capazes de assumirem a responsabilidade
de serem Padrinhos/Madrinhas ou ainda daqueles que sendo mais velhos, não
querem assumir essa responsabilidade e preferem ser afilhados.
Assim,
os Padrinhos/Madrinhas, são responsáveis pelos Afilhados/Afilhadas, num sentido
de responsabilidade efetiva, ajudando-os nas várias tarefas de sala.
Já
desde a passada semana, que andávamos a conversar sobre esta questão, e hoje
ficou finalizada. Ao redor da mesa grande,houve negociação cooperada/conjunta,
pois o padrinho ou madrinha, escolheu o afilhado(a), que deu o seu aval. Ou
seja, estiveram de mútuo acordo nesta decisão.
Depois
mostramos como isto se concretiza na prática.
Para terminar, falamos do nosso quadro
da “Luzinha do Coração”, deve estar sempre acesa, pois é sinal de que temos “muito carinho pelos amigos” (Maria
Beatriz), que “não devemos fazer nada
que esteja no acho mal” (Miguel), “que
devemos cumprir as regras” (Isis). As luzinhas acesas ou apagadas, começam a ser
colocadas amanhã, aqui neste quadro.
A história que nos ajudou na elaboração
deste quadro, é “Uma Luzinha no teu
coração", criada pela nossa amiga professora Juca do PRÉ Histórias.
Esta história, como a própria autora refere
"promove o autocontrolo e ajuda no desenvolvimento social da moralidade
com crianças em idade pré-escolar. " Esperamos mesmo, que isto aconteça, e
que a luz nunca se apague.
Por isso, se em casa falarmos da "Luzinha acesa no coração", os pais
já nos irão perceber melhor.
Fica aqui a história, para que em casa
ajudem a consolidar os valores trabalhados, pois “ensinar” valores morais
também é papel da família.
Ainda faltam alguns instrumentos de
pilotagem. Durante a semana, daremos conta deles!
2 comentários:
Olá Triquiteiros!
Gostei muito de conhecer os vossos instrumentos... alguns são muito parecidos com os que usamos, por isso continuamos em sintonia!
Continuação de um bom início de ano para todos!
Beijinhos fixes ;-)
Obrigada Juca. Assim que pudermos vamos ver o vosso blogue. A Triquiteira Mor tem estado cheia de trabalho,
Beijinhos Triquiteiros
Enviar um comentário