No primeiro dia do ano letivo, os Triquiteiros "antigos" questionaram-se sobre a falta de dois peixes e da tartaruga (Ruca). Um deles, disse logo: "Morreram".
Como explicar algo tão complicado como a morte a crianças tão pequenas?O que fazer quando nos deparamos com situações destas? Se a palavra morte, dói, e nos faz recordar momentos complicados, falar disto com as crianças é uma tarefa deveras complexa.
Confesso que não sei lidar muito bem com esta questão, até porque não quero entrar em conflito, com explicações que são dadas pelas famílias, e que muitas vezes, estão relacionadas com crenças religiosas.
Mas, os mais pequenos têm esse dom de nos surpreender, nas respostas dadas às questões por eles levantadas.
- "Se calhar já estavam velhinhos, e foram para o céu, como o meu avô".
- "Deve ter sido por causa do calor. Não tinham chapéu!"
- "Será que a D. Tina, não lhes deu de comer todos os dias?"
A última resposta veio de uma Triqiteira mais velha, e parece ter sido suficiente para a conversa terminar por ali.
- "A minha mãe disse-me que todas as pessoas e animais, nascem, ficam grandes, e depois ficam velhinhos, e aí está na hora de partir para outro lado, que é o céu. De certeza, que foi isso que aconteceu."
O problema para alguns deles, é que eu andava triste, e era por causa dos peixes e da tartaruga terem morrido.
Vai daí, veio uma nova tartaruga para a sala (Ninja) e um peixe. Só que o peixe morre no dia seguinte a ser colocado na sua nova casa. E nesse dia, quando foi encontrado morto no aquário, por uma das crianças,a menina que tinha trazido o peixe, estava a faltar.
Também aqui, houve uma explicação para o sucedido por parte de uma das crianças:
- "Ele era muito pequenino, e o peixe grande comeu-lhe um bocado da barbatana, e ele assim não conseguia nadar. Eu vi...quando te chamei professora!". Pronto, solução para a questão levantada... problema resolvido.
Como ela tem andado um pouco triste (porque quer ficar em casa com a mãe e a irmã bebe), decidimos em conselho de grupo não contar sobre a morte do peixe, se a Triquiteira viesse no dia seguinte, (para ela não ficar mais triste), e só lhe diríamos se ela perguntasse (o que seria o mais natural).
Realmente, no dia seguinte estranhei o facto de não ter havido pergunta sobre a falta do peixe, por parte da menina. É que nestas coisas dos segredos, há sempre quem não os consiga guardar. Numa das áreas da sala, em tempo de trabalho autónomo, uma amiga contou-lhe o sucedido.
Soube à noite, pelos pais que ela já sabia da morte do peixe, mas que estava a encarar bem o assunto, e até já tinha ido novamente à loja dos animais, comprar não um, mas dois peixes, e trazia uma explicação para o sucedido, bem diferente de todas as que já tínhamos falado.
Hoje, logo pela manhã, entra na sala, feliz com o saco com os dois peixes já batizados por ela e pela família, ( cenourinha e limãozinho),
e explica que o outro peixe que ela trouxe, não morreu por ser velhinho (ele até era muito pequenino), mas sim, porque não soubemos tratar dele devidamente.
Então como é que se faz?
Assim: Mete-se o saco dos peixes, com a água deles, no aquário, e vais-se acrescentando de vez em quando a água do nosso aquário para eles se adaptarem à nova morada. "Vais ver professora...assim eles já não morrem!"
Conclusão de toda esta experiência vivenciada- Tantos ensinamentos, de uma forma tão simples que as crianças nos dão. Nós adultos é que complicamos a maioria das vezes. Como diz Rubem Alves " Simplicidade é isso: Quando o coração busca uma coisa só. Concerto para Corpo e Alma."
Agora, só esperamos que à semelhança do que dizem os pais da Joaninha "Esperemos que estes sejam mais resistentes!"
- "A minha mãe disse-me que todas as pessoas e animais, nascem, ficam grandes, e depois ficam velhinhos, e aí está na hora de partir para outro lado, que é o céu. De certeza, que foi isso que aconteceu."
O problema para alguns deles, é que eu andava triste, e era por causa dos peixes e da tartaruga terem morrido.
Vai daí, veio uma nova tartaruga para a sala (Ninja) e um peixe. Só que o peixe morre no dia seguinte a ser colocado na sua nova casa. E nesse dia, quando foi encontrado morto no aquário, por uma das crianças,a menina que tinha trazido o peixe, estava a faltar.
Também aqui, houve uma explicação para o sucedido por parte de uma das crianças:
- "Ele era muito pequenino, e o peixe grande comeu-lhe um bocado da barbatana, e ele assim não conseguia nadar. Eu vi...quando te chamei professora!". Pronto, solução para a questão levantada... problema resolvido.
Como ela tem andado um pouco triste (porque quer ficar em casa com a mãe e a irmã bebe), decidimos em conselho de grupo não contar sobre a morte do peixe, se a Triquiteira viesse no dia seguinte, (para ela não ficar mais triste), e só lhe diríamos se ela perguntasse (o que seria o mais natural).
Realmente, no dia seguinte estranhei o facto de não ter havido pergunta sobre a falta do peixe, por parte da menina. É que nestas coisas dos segredos, há sempre quem não os consiga guardar. Numa das áreas da sala, em tempo de trabalho autónomo, uma amiga contou-lhe o sucedido.
Soube à noite, pelos pais que ela já sabia da morte do peixe, mas que estava a encarar bem o assunto, e até já tinha ido novamente à loja dos animais, comprar não um, mas dois peixes, e trazia uma explicação para o sucedido, bem diferente de todas as que já tínhamos falado.
Hoje, logo pela manhã, entra na sala, feliz com o saco com os dois peixes já batizados por ela e pela família, ( cenourinha e limãozinho),
Então como é que se faz?
Assim: Mete-se o saco dos peixes, com a água deles, no aquário, e vais-se acrescentando de vez em quando a água do nosso aquário para eles se adaptarem à nova morada. "Vais ver professora...assim eles já não morrem!"
Conclusão de toda esta experiência vivenciada- Tantos ensinamentos, de uma forma tão simples que as crianças nos dão. Nós adultos é que complicamos a maioria das vezes. Como diz Rubem Alves " Simplicidade é isso: Quando o coração busca uma coisa só. Concerto para Corpo e Alma."
Agora, só esperamos que à semelhança do que dizem os pais da Joaninha "Esperemos que estes sejam mais resistentes!"
2 comentários:
excelente episódio.
Como sempre... excelente a atenção, a escuta.
Se quiseres espreitar uma "dica" sobre este assunto tão complicado de explicar às crianças, espreita aqui: http://blogue-folio.blogspot.pt/search?q=morte
Bjs, Juca e Sala Fixe
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