Amanhã iremos regressar ao Alto-Império Romano, ano 82 d.C., na civitas “Oculis
Calidarum” (Caldas de Vizela), local onde o Imperador César Domiciano Augusto
mandou edificar um complexo de banhos públicos em honra do Deus “Bormanicus “,
cujo poder da cura se manifesta através das águas quentes que aqui brotam.
O ano passado foi assim, grandioso, e de certeza que este ano ainda vai ser
mais!
Em grande grupo decidimos que iríamos confecionar pulseiras e fios. E foi o que fizemos. Trabalhamos com pasta de papel, com cones de linhas, com cápsulas de café…
Houve até quem fizesse
vários “exercícios matemáticos” de forma espontânea.
Hoje terminamos estes
adornos. Ora vejam…
E experimentamos…Estávamos
ansiosas! Amanhã, mostramos o resto!
“A
cidade de Vizela foi uma das áreas habitadas pelos romanos, os quais provocaram
transformações profundas na zona, as quais até hoje são visíveis.
Segundo
as investigações arqueológicas, levadas a cabo pelo Professor Dr. Francisco
Queiroga, em Vizela, existiu um importante povoado que, por ventura, poderia
ter sido um grande núcleo urbano.
São
muitos os vestígios romanos existentes em Vizela, presume-se que por “Oculis
Calidarium”, atualmente Vizela, passava uma via romana que ligava Braga a
Amarante. Esta via atravessava o rio Vizela, como tal, teria de haver uma
ponte. Pensa-se que essa ponte é a que denominamos de “Ponte Romana” ou “Ponte
Velha”.
Em
1787, aquando da construção da “bica da água quente”, foi encontrado um banho
soterrado com dezasseis nascentes de água e oito banhos, zonas interligadas e
quatro nascentes com diferentes graus de temperatura. No século XX, foram ainda
feitas escavações na Praça da República que comprovaram a existência de um
balneário termal imponente. Tendo sido encontrados um praefurnium, o caldarium,
mosaicos e uma complexa rede de condutas e esgotos. Estes novos achados
permitiram concluir que aquela praça teria sido o centro da antiga Oculis,
cidade romana referenciada por Jorge Alarcão em «Portugal Romano». Tendo em
conta a importância que os romanos atribuíam aos banhos termais, pois para
estes tratava-se, mais de que acto de higiene ou medicinal, de um ato social, e
aos vestígios arqueológicos encontrados, podemos concluir que, em Vizela,
existiu um importante complexo termal.
Fala-se
que, no séc. XVIII, apareceu uma inscrição que dedicava as termas de Vizela a
Tito Flávio Archelaus Claudianus, que era representante do Imperador e
governador da Lusitânia. Este facto leva a concluir que o início da construção
das termas se terá dado nas últimas décadas do séc. I d.C., durante o reinado do
Imperador Domiciano.
Ao
longo dos tempos, foram encontradas perto de Vizela lápides alusivas aos Deuses
adorados pelos romanos, nomeadamente ao Deus Sol, à Deusa Lua, ao Deus Mercúrio
e a Esculápio. Estas lápides permitiram perceber que o povo romano de Vizela
adorava os mesmos Deuses do Império Romano, mas com predominância para os
Deuses ligados à saúde à água, como Esculápio e Júpiter. O primeiro nome da
cidade de Vizela teria sido Oculis, que quer dizer olhos de água. Num documento
datado de 607, referente ao Concílio de Lugo, durante o reinado de Teodomiro
rei dos Suevos, aparece a denominação de Oculis e “(…)segundo opinião do Padre
Avelino de Jesus Costa, Professor de Paleografia e Epigrafia da Faculdade de
Letras da Universidade de Coimbra, Oculis corresponde a Oculis Calidarum (olhos
de água quente), atual Caldas de Vizela. Também em 1014 e 1025, o rei de Leão,
D. Afonso V, esteve em Oculis Calidarum, onde assinou doações, que terminavam
com a expressão in ecesiae Sancti Michaelis in Oculis Calidarum, ou seja, na
igreja de S. Miguel das caldas, em linguagem corrente.”
Bibliografia
- Oliveira Marques, António- Breve História de
Portugal, 6ª edição. Lisboa: Editorial Presença,2006.ISBN 972-23-1887-x -
-Vizela Romana- Enquadramento histórico [ site].
Vizela: AARM, 2013. [ Consult. 6 janeiro 2014].
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