Quando a Mãe Grita” é a história de um pinguim, que pode ser qualquer um de nós que com ele se identifica. É que quando a mãe grita tudo se desmorona … e sentimo-nos um pouco à deriva, perdidos.
De vez em quando todos gritamos. Mas
o que sentimos quando os pais nos gritam?
G. – Vou para
casa da minha avó, para não me gritarem no meu ouvido. Às vezes faço asneiras,
e o meu pai grita. Mas não me desmonto.
M. – Quando eu
faço asneiras fico de castigo no quarto dos pais a pensar. Mas peço desculpa.
L. – Fico triste,
e fico na sala a pensar.
L. – Fico triste
e tenho de pensar. Sou teimosa, mas depois peço desculpa.
R. – Os pais não
berram comigo. Mas eu faço birras e não peço desculpa. Fico de castigo.
H. – Quando faço
asneiras, gritam comigo e eu vou para o quarto pensar no disparate que fiz. A
minha mãe fica muito triste comigo e eu peço desculpa.
F. – A minha mãe
e o meu pai, não berram comigo, porque eu porto-me sempre bem. Mas berram com a
R. Ela chora um bocadinho, fica a pensar nas asneiras na cozinha, desfeita e
triste…não gosta muito, muito disso. O meu coração fica triste por a ver assim.
É impossível não
nos enternecermos com esta história de sentimentos e afetos, (livro), bem como
com estes registos orais dos Triquiteiros.
Todos têm a
noção que é preciso refletir sobre os atos mais
impulsivos. Reconhecer os erros e os que causam culpa e/ou
desconforto, juntar todas as peças,e tentar mudar.
Depois desta conversa surge por parte do grupo, a
vontade de conhecer o habitat do pinguim, daí fazermos várias pesquisas no
youtube. Encontramos vários filmes que visualizamos e dos quais destaco estes que adoramos.
Posteriormente,
uma das crianças encontrou uma imagem do pinguim e disse que gostaria de a
pintar. Outros se juntaram, nessa vontade.
Ao conversarmos
sobre o corpo do pinguim, (verificado em várias imagens) os Triquiteiros, foram
unânimes em afirmarem que o corpo do pinguim filhote é coberto de um pelo macio
acinzentado, quase branco, e fofinho. Desta forma, decidimos fazer uma experiência
para obtermos uma tinta especial para colorir o corpo do pinguim.
Pegamos em espuma de barbear...
Cola branca...
Espuma de barbear, novamente…
Foi ao micro-ondas, um minuto para engrossar um
pouco.
E ficou pronto para pintar.
O
resultado foi este.
Como foi referido no post
anterior, por algumas crianças, a mãe do pinguim gritou com ele porque ele
tinha feito asneiras. A mãe gostava muito dele, até porque foi procurar todas
as partes do corpo do filho e coseu-as para poder ficar outra vez com ele inteirinho.
O filho tinha ficado muito triste por isso é que se “desmanchou” todo, parece
que “foi pelo ar”, como disse o Rodrigo Portas.
Esta ideia das partes do
corpo e consequentemente em quantas peças tinha ficado o pinguim, serve de mote
para fazer um puzzle (sugestão do Francisco).
Nas pesquisas efetuadas na
internet, escolheram um pinguim que se assemelhava ao da história, aumentamos a
imagem, e esta foi recortada pelos Triquiteiros e montada de acordo.
Que ficou assim.
Entretanto um pequeno grupo, abraça a
atividade de registo, reconto, escrita e jogo de associação da história “Quando da Mãe
Grita”. Desenharam, recortaram os bocados do pinguim e
colaram no respetivo espaço, criando desta forma o jogo de associação.
Algumas das palavras da história, foram divididas em fragmentos
(bocadinhos), obtendo assim a divisão silábica, através de um jogo com palmas e
som (pena que as duas fotos estejam
desfocadas).
No computador, além de fazerem as
pesquisas já mencionadas, escreveram o reconto da história.
Quando o trabalho ficou pronto,
comunicaram ao grande grupo.
O registo e
reconto da história ficou desta forma.
Explicaram também, através da
comunicação, como fizeram o puzzle e como este funcionava.
Mostraram vontade de comunicar as suas aprendizagens
aos amigos da turma C, e assim fizeram.
A história foi também explorada na sessão de expressão motora, através
de um jogo metafórico, particularmente forte e expressivo, ligada ao
restabelecimento de laços afetivos entre mãe e filho, momentaneamente quebrados
no momento em que a mãe gritou e prontamente restabelecidos depois de um pedido
de desculpas. Nessa altura há um outro jogo (com bola), quase como se fosse um
prémio, pelo facto de se reconhecer os erros e os tentar mudar.
Começa assim, a nossa participação na “Campanha Laço Azul”. Pondo em evidência
a fragilidade dos afetos, mas também a sua centralidade no mundo familiar.
A partir de amanhã, (segunda-feira/dia 8) os Triquiteiros, irão andar
com o laço azul no casaco durante uma semana.
O livro de Jutta Bauer que nos parece dar voz e vida a sentimentos que muitas vezes são difíceis de exprimir, mas que são universais, ajudou-nos a trabalhar todas estas questões.
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