“ A criança é feita de cem.
A criança tem cem mãos
cem pensamentos
cem modos de pensar
de jogar e de falar.
cem sempre cem
modos de escutar
de maravilhar e de amar.
Cem alegrias
para cantar e compreender.
Cem mundos para inventar
Cem mundos para sonhar.
A criança tem cem linguagens
(e depois cem, cem, cem)
Mas roubaram-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
Separam-lhe a cabeça do corpo....
Dizem-lhe enfim:
Que as cem não existem.
A criança diz:
Ao contrário, as cem existem.
(Excerto do poema de Loris Malaguzzi)
Ao enfatizar-mos a imagem da criança no princípio de que esta é um sujeito único com direitos e não só com necessidades (Rinaldi, 1991), reconhecida como ser social, seja qual for a sua cultura, com as suas necessidades físicas, morais, afectivas, estamos a dar-lhe o espaço para ela construir conhecimento de si própria e do mundo que a rodeia. Estamos a proporcionar condições necessárias para que seja ela própria a fazer a sua própria busca de conhecimento, que seja uma criança activa, curiosa, expressiva, que tem ideias, saberes, que constrói significados e conhecimentos. Ao escutarmos a criança, estamos a permitir e a encorajar o aprender, o criar, a elevar o “volume” de voz desta nas suas criações, tendo como finalidade única a reconstrução da aprendizagem. Há uma verdadeira concepção de educação de infância, pois não é o adulto-professor que faz para a criança, mas sim, coloca a criança no centro do processo ensino-aprendizagem. O adulto é o mediador, o interlocutor das necessidades e desejos das crianças, que dialoga com cada criança e com todas, que as respeita como seres singulares, que valoriza o todo (grupo) e fortalece as relações de pertença e compromisso, fazendo ao mesmo tempo parte deste grupo, sem perder a responsabilidade de ser o adulto, mas acima de tudo o que o professor tem de perceber é que quanto mais amplo for o leque de possibilidades que oferece às crianças mais intensas serão as suas motivações e mais ricas serão as suas experiências. Assim, as crianças terão cem linguagens... e não apenas uma.
E foi neste sentido de cem pensamentos...cem mundos para inventar... que cada Triquiteiro deu largas à sua imaginação e criou uma tela para oferecer à Mãe sob o mote " A Mãe e EU".
E ficaram assim..
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