Triquicibernautas

21/04/2014

A avaliação na Educação Pré-Escolar assume uma dimensão marcadamente formativa, como referem as OCEPE e tal como é referido na Circular nº4 DGDIC/DSDC/2011,  desenvolvendo-se num processo contínuo e interpretativo que procura tornar a criança protagonista da sua aprendizagem, de modo a que vá tomando consciência do que já conseguiu, das dificuldades que vai tendo e como as vai ultrapassando.
Por aqui, avaliamos todos os dias quer nos instrumentos de pilotagem existentes na sala, como por exemplo no "Diário de Grupo" e outros, ou quando avaliamos o nosso comportamento, ou quando a nossa professora "documenta" as nossas aprendizagens através de fotografias ou de gravações, e até mesmo nas narrativas e entrevistas.
Vamos ainda (e já aqui foi referido várias vezes, como por ex: aqui - Portefólio) escolhendo as evidências do caminho que vamos percorrendo na nossa aprendizagem para colocar no nosso portefólio (estas escolhas são nossas ou da professora). 
A forma como se selecionam as evidências, permite-nos a nós e à professora, aprender mais sobre o processo de aprendizagem.  Desta forma, "Ao implicar as crianças na escolha e reflexão de evidências para colocar no portefólio (Grubb e Courtney, 1996, cit. Parente, 2004), está a dar-se um sentido de valor acrescido à participação da criança na sua aprendizagem, e a encorajar a autoanálise quando refletem sobre o que foi feito."...
"Desta forma, o portefólio é mais que mero dossier dos melhores trabalhos das crianças realizados num determinado período de tempo. É antes, um conjunto de produções devidamente organizadas e intencionais, das evidências das aprendizagens das crianças, que ao mesmo tempo, documentam e demonstram os processos e produtos das competências desenvolvidas. A organização do portefólio exige uma articulação sistemática entre o desenvolvimento do currículo, a aprendizagem e a avaliação e desta forma “Abrir um portefólio bem feito é como abrir uma arca de tesouro” (Shores e Grace, 2001, cit. Parente, 2004, p.52).
Avaliar através do portefólio reflexivo de cada criança, oferece uma possibilidade de organização de elementos e informações significativas que documentam o desenvolvimento e a aprendizagem de cada criança. Desta forma, se bem concetualizado e realizado, o portefólio é um apoio imprescindível no processo complexo de avaliação em educação de infância." (Alves, R.M., 2010)
Como referimos atrás, temos ao nosso dispor vários instrumentos de registo de avaliação, de observações sistemáticas e seleções de evidências que documentam os nossos progressos das aprendizagens  para colocar no portefólio. Assim, "Os conteúdos do portefólio, em termos de observação/documentação devem incluir para além da amostra de trabalhos, outros elementos, como por exemplo: fotografias, gravações áudio e vídeo, relatos narrativos, notas de observação feitas , comentários das crianças acerca dos seus trabalhos e comentários dos professores, entrevistas onde são colocadas as questões à criança, para que descreva as suas realizações e assim, revele o seu pensamento, fotografias, listas de verificações feitas com as crianças e ocorrências significativas, e registos de autoavaliação." (Alves, R.M., 2012)
Foi o que andamos a fazer na semana que antecedeu a  interrupção letiva. Os mais velhos "finalistas" autoavaliaram-se através de um documento elaborado pela professora, depois de termos pensado todos sobre aquilo que consideramos importante "aprender" no jardim de infância neste período.

Que ficou assim...

Os mais novos fizeram a sua autoavaliação através de entrevista com a professora e/ou com a Cristina (que já aprendeu a fazer...e é uma ajuda preciosa), também com critérios definidos em conjunto, e muito idênticos aos outros.
Que ficou assim!
Consideramos que a autoavaliação, fornece estratégias de autorregulação da aprendizagem. "Desta forma, a criança ao avaliar conjuntamente com o educador, (dando voz, à pedagogia das relações e da escuta) regula a sua própria aprendizagem, já que adquire novos conhecimentos e competências" (Alves, R.M., 2012). Revelando um crescente desenvolvimento de reflexão e autoanálise, o que favorece os nossos processos de metacognição, já que nos envolvemos com a nossa “Própria história pessoal de aprendizagem.” (Parente, 2004, p.61), pelo que estamos todos de parabéns.
Por outro lado, o portefólio é um instrumento de avaliação eficaz do envolvimento dos nossos pais. No dia da entrega da avaliação descritiva da professora sobre as nossas aprendizagens, os pais/mães, viram em conjunto connosco, as nossas descobertas, progressos e dificuldades nas várias áreas de conteúdo.  



Os portefólios foram para casa, para serem "vistos" por toda a familia durante a interrupção letiva. Voltarão depois para a nossa sala, com observações dos pais, e/ou outros "ítems” que estes considerem importantes incluir no portefólio, e farão na sua maioria das vezes, uma viagem de três anos de idas e voltas.
"É que à semelhança do que diz Zabalza (2000), os pais não podem ser vistos como recetores dos resultados de avaliação, mas também como participantes de forma colaborativa no processo." (Alves, R.M., 2012)

1 comentários:

M. Jesus Sousa (Juca) disse...

É nisto que acredito, é isto que procuro fazer na minha sala e é tão bom vê-lo assim escrito e descrito por vós! Obrigada por esta partilha e parabéns

Enviar um comentário

QR code

QR code
 
Copyright (c) 2010 Triquiteiros de S.João. Design by Wordpress Themes.

Themes Lovers, Download Blogger Templates And Blogger Templates.